terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Farra brasileira!

Pagando uma das dívidas...
Fiquei de escrever sobre a festa brasileira que rolou no bar que trabalho. É lógico que tratei de sugerir logo uma festinha regada à música brasileira, caipirinha e muito verde e amarelo.
Proposta aceita, corri pra convocar o povo, as bandeiras e a mais pura MPB (Calypso, Aviões do Forró, Chiclete com Banana, Ivetona, Babado Novo, Pagodão, Sambão do Patusco e Monobloco... ô diliça! =D hehehehe).
Tami e Ana Paula vieram especialmente de Santiago para o evento! =P
Reuni a galera pra catar músicas do Brasil (músicas que nem lá a gente ouve, mas que aqui dá uma saudade danada e faz todo mundo dançar até na boquinha da garrafa ou o funk do morto muito louco!).
Sugeri como "petisco" brasileiro um bom caldinho de feijão, mas lá no Maderal não tinha nada que pudesse esquentar o bendito... E caldinho e feijão frio, nem na praia! Quanto mais nesse gelo que tá fazendo aqui!
Ai colocamos frutas (Júlio, o dono do bar, sugeriu... Eles associam muito à Carmem Miranda! =P). Tá certo que não tinha banana, manga, carambola, acerola, graviola e todo o resto de "ola" que a gente encontra no Brasil, mas já era alguma coisa.
E caipirinhas, é claro! Nunca tinha nem feito! Corri pra internet, achei uma receita legal e fiz! Foi bastante elogiada!!! Na verdade, não era o limão verdinho que se usa lá (aqui o limão é uma coisa grande e amarela) e a caninha 51 é a mais cara da face da terra: 21 euros! (acho que vou trazer cana na próxima mala... =P).
Muita gente acudiu à convocação e compareceu. Até uns italianos super abrasileirados animaram a festa (eles cantam "Já sei namorar" como ninguem! =P). O bar ficou bem verde e amarelo!
Eu trabalhei feito louca (até ia sugerir pro pessoal do bar que a gente introduzisse no cardápio umas batidas, uns drinks... diferentes daquelas copas bestas que eles tomam. Mas desisti! Trabalho da murrinha, doido!).
Apesar de não ter rolado taaaanta música brasileira quanto esperávamos, a festa bombou! Não tive muito tempo pra me juntar à galera, mas me diverti muito assim mesmo!
Pelo menos deu pra mostrar pros gringos o que seria uma boa farra brasileira!


Bjoooooo, galera!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Santiaguinho de Compostelinha! =]

Vixe que isso aqui tá mais parado que água da dengue!
Foi mal, galera... Mas esses dias foram um pouco corridos.
Estou devendo dois textos, mas resolvi logo contar nossa visita às meninas em terras mais ao Norte.

Fim de semana passado fomos a Santiago de Compostela. Vivem lá 3 amigas minhas: Tamires, Thaynná e Ana Paula. Aproveitamos o "teto certo" e uma passagem baratinha (ou nem tanto, como veremos) da Ryanair e fomos conhecer pelo menos uma parte do famoso Caminho de Santiago.
Tami e Ana vieram por aqui também, mas foi uma passagem relâmpago. Só deu mesmo tempo de ir na festa brasileira do Maderal (devo este post) e pegar o mesmo vôo que a gente voltando pra Santiago. Por falar nisso, por muito pouco elas não perderam o vôo. Eu e as meninas aqui de casa saímos daqui de Valla, de busão da Alsa, destino aeroporto de Madri. Elas preferiram ir por Segóvia (teoricamente tinha a volta de trem já paga - o que descobriram depois que era só teoricamente - e um troco errado para ser devolvido a elas em Segóvia). No fim das contas, o trem de volta não estava pago, já não tinha mais passagem para aquele horário, tiveram que gastar com táxi para achar um ônibus que fosse para Madri a tempo, correram que só a peste pelas esteiras do Barajas e quase perdem o check-in! Bom... Pelo menos conseguiram não pagar a maldita taxa de 10 euros para quem não é cidadão europeu (que nós 4 não escapamos) e ainda passaram pelo raio x com uma garrafa de 2 litros de Coca-Cola! Só a Ryanair explica...
Ahhh, Ryanair! Primeiro você tem a impressão que é um avião de brinquedo. O bicho é pequenininho, todo azul e amarelo, e nos compartimentos de bagagem têm adesivos de uma abelha (creio que seja isso) que faz comercial de vôos rápidos e baratos. A segunda impressão não é muito melhor: uma feira. Se vende de tudo naquele vôo! Desde chocolate, passando pelos perfumes importados, até "pesador" de malas. E as aeromoças são uma graça... Podiam pelo menos pentear os cabelos! Por fim você tem a plena certeza que entrou numa montanha russa. O motorista daquela carroça fez que ia pousar umas duas vezes... mas só fez! De repente o avião tava subindo de novo! Ou descendo de novo! Bom... Pisamos em solo de Santiago, amém!
Tamires foi nossa guia pela cidade. De cara percebemos logo que Valladolid fria e seca é muito mais quentinha que Santiago fria e úmida! Posso dizer que meia calça de lã, meias de tênis, calça de jeans, uma segunda pele, duas blusas, um casaco pesado, cachecol de lã e luvas não deram conta. Meus dedos de pés e mãos congelavam.
A cidade é uma graça! Cercada de muitas histórias, algumas reais, outras não, mas sempre muito boas de ouvir. Os peregrinos sempre para lá e para cá, terminando seu caminho em frente à Catedral. A parte velha é bem charmosa, com seus casarões antigos e suas calles apertadinhas de chão de pedra. A Catedral nem precisa de muitas apresentações. Linda! Um castelinho gigante de areia. As Alamedas e Parques com muito verde e flores, lindos até mesmo no frio do inverno. No verão devem ser o point!
Bom mesmo foi visitar as meninas. Diversão e risadas garantidas! Festa de Aniversário com direito a torta na cara (e no resto do piso também), cachaça de vinho, conversas pela madrugada, jogar uma partida de Stop concorridíssima (e engraçadíssima!), passar frio na rua e achar graça disso... Não tem preço!
A volta pra casa teve lá seus contratempos e alguns gastos fora do orçamento, mas no fim tudo deu certo e chegamos sãs (ou nem tanto) e salvas.

Agradeço muito, muito, muito às meninas por terem nos recebido em sua casa e terem aguentado a gente =]
Tamizinha, valeu por ser nossa guia!

Bjo, galera!

sábado, 15 de novembro de 2008

Um "V" no céu...

Vai fazer uma semana que cheguei de Barcelona e já sinto saudade daquela loucura. Aos que me perguntam como foi, costumo dizer: Adorei a cidade... É linda! Mas adorei ainda mais a viagem! =)
É um lugar que o que não falta é coisa para você ver. Mas não me detive aos clássicos pontos turísticos que todos costumam incluir nos roteiros. Até por que, os companheiros de passeio que arrumei não estavam muito afim de conhecer todas as obras arquitetônicas de Barça! =P
Então, fizemos o básico, mas sem deixar de curtir a viagem, ficando presos a roteiros amarrados e corridos.

Logo de cara tive que enfrentar uma viagem de trem de 10 horas. Depois de 5 horas sentada eu já tinha dormido, acordado, ouvido música, lido um livro, assistido a um filme... E ainda assim, faltavam 5 benditas horas pra chegar! Afff... Mas é o preço que se paga por uma passagem de trem baratinha (bagatela de 35 euros, ida e volta, de Renfe =D).
Chegar ao albergue foi super fácil. Primeiro que eu já tinha virado de cabeça pra baixo toda e qualquer informação sobre as estações de trem e metrô de Barcelona. Segundo que o Kabul (o albergue que fiquei) era super central (Plaça Reial, pertinho da famosa "Las Ramblas"). Lembro de ter colocado os pés nas Ramblas, saindo do metrô, e ter amado tudo! O passa-passa de todo tipo de gente, as tiendas de souvenires e flores (muitas flores!), os fantasiados em busca de uns euros dos turistas... Amei!
Cheguei ao hostel e um irlandês super simpático (chamado Scott) me atendeu na recepção (falava um castellano meio enrolado, mas entendível! =P). Tentei logo encontrar Ivan (um amigo brasileiro que foi convidado para expor as fotos de seu projeto "Novos Olhares sobre o Mercado de São José" em Barcelona). Confesso que me senti meio perdida naquele hostel cheio de gente, diversos idiomas, muito barulho, cerveja e cigarro, mas dei uma subidinha no quarto (parecia mais um orfanato! Umas 20 camas!), guardei minhas coisas e desci com outro espírito.
Brasileiro sempre encontra brasileiro! Uma praga! Ivan já tava no maior papo com uns brazucas que conheceu um dia antes. O Kabul não é o tipo de hostel para quem procura paz e sossego, mas se tiver afim de festa e conhecer gente do mundo todo, ele é o lugar! Em pouco tempo, já estavam na roda um francês, uns italianos, uma eslovena, uns australianos... Tinha hora que eu não sabia se estava falando inglês, português, castellano, tcheco, húngaro! Coisa de doido! Bom foi conversar com o francês. Ele entendia espanhol, mas não falava. Eu entendia inglês, mas só saia espanhol... A solução foi o francês falar em inglês e a brasileira falar em espanhol! Quem visse de fora poderia achar um pouco estranho, mas pelo menos a gente se entendia... hehehehe.
Juntamos uma "ruma" de gente e saímos para uma boate perto do hostel. Figuras super exóticas encontramos ali! O dj do piso superior da boate era praticamente uma Diva! Além de pôr uma música muito boa, fazia altas performances. Super simpático, me deixou fazer um vídeo dele e tirou fotos com a gente. E um anão que brilhava mais que tudo?! Geeeeeeeeeente! Ri muito com essa figura. Imagina um anão moreno, com o cabelo na brilhantina (gel usado no tempo da minha mãe), todo vestido de preto, com gravata, anéis, pulseiras, colares, brincos... Tudo de brilhante! (ou algo do tipo...). A eslovena o apelidou de Mr. Blik Blink! hehehehe.

Bom é acordar cedo no dia seguinte depois dessa farra toda... Mas a gente se esforça e ainda pega o café da manhã do hostel (muito bom por sinal). De mapinhas em punho, fomos bater perna na cidade. Aproveitamos um passeio guiado pelo Barri Gòtic para conhecer as ruelas de Barça. A guia portuguesa também se encarregou de contar um pouco da história de cada lugar. Mas como menino pequeno não sabe ficar quieto por muito tempo, os nossos meninos brasileiros já estavam agoniados e doidos pra fugir do passeio guiado. Aproveitamos que o grupo seguia para um lanche e nos desgarramos.
Paramos numa loja de jogos muito legal. Fizemos a feira em presentes! Ivan comprou UNO para animar as noites do albergue antes das farras! Acostumada com a pacata Valladolid que mal tem sinal de trânsito, as ruas e avenidas de Barcelona eram super movimentadas. Fomos ao Mercat de Santa Caterina (segundo Ivan, "ele é bonitinho, ajeitadinho, limpinho... Mas o de São José é muito mais imponente e charmoso" =D), ao Palau de la Música Catalana (lindo por fora... E deve ser mais lindo ainda por dentro, mas perdemos o horário da visita guiada), Arc de Triomph, onde pegamos um solzinho gostoso...
A turma se dividiu. Seguimos eu, Ivan, Keka e Laura (mineiras vivendo na França), Rogério (sulista mochilando pela Europa) e Henrique (mineiro doido e divertido que morou em Londres por 2 anos e estava voltando pro Brasil). Fomos ao Parc de La Ciutadella ver a tão falada fonte de Gaudí e passear um pouco. Pensei de entrar no Zoo de lá, mas estava prestes a fechar (depois, conversando com o irlandês do hostel ele me disse que havia pela Europa zoológicos melhores, que eu não me preocupasse). Ainda caminhando, resolvemos seguir para a orla de Barcelona. As meninas estavam atrás de um tal peixe dourado... E lá fomos nós. O danado do peixe nem era essas coisas toda. Uma armação de metal enorme, bronzeada, de frente pro mar =P. Mas pelo menos encontramos por ali um restaurante muito bom, onde comemos a famosa Paella e tomamos uma cava espanhola (o champagne deles). Ô vida difícil... Pense num negócio que valeu toda a andada do dia!
À noite fomos visitar a exposição de Ivan. Depois de uma boa pernada, chegamos no "Mau Mau", uma espécie de bar alternativo no Poble Sec, com sofás espalhados, futons, mesinhas... Ivan ficou super feliz de ver as fotos do Mercado nos caixotes de feira de madeira (o organizador tinha dito que estariam em molduras e isso faria perder o charme das fotos =D). Paralelo à exposição, estava sendo exibido um curta bem divertido. Demos um tempo por lá e voltamos ao albergue.

Na manhã seguinte, eu, Ivan, Dani (potiguar estudando na França), Luis e Jairo (mais 2 mineiros doidos que estavam passeando pela Europa) resolvemos ir atrás das famosas casas de Barça: Amatller, Lléo Morera e Batlló. Elas ficavam razoavelmente próximas e numa rua normal de Barcelona. Tão normal que nos perdemos um bocado para nos darmos conta que já tínhamos passado por elas! =P Percebemos isso ao ver um bando de gente olhando pra cima e fotografando... hahahahaha. Seguimos para a Casa Milá (mais conhecida como La Pedrera e um das obras mais famosas de Gaudí). Bom... Tentei mas não consegui convencer nenhum dos meus companheiros a pagar para entrar nas benditas casas. Tirei fotos de fora e seguimos. =)Decidimos visitar o Parc Güell. Ficava um pouco mais afastado de onde estávamos, mas nada que um metrô e mapas não resolvessem. E as sinalizações também ajudaram bastante. Como já tinha lido sobre o Parc, peguei a dica e entramos pela "saída" dele. Era a parte mais alta e tinham escadas rolantes na rua (isso mesmo... escadas rolantes) para ajudar na subida. Sairíamos pela "entrada" por que pra baixo todo santo ajuda! E o Parc é lindo. Já a vista de toda Barcelona lá de cima compensa muito a ida. Obras de Gaudí não faltam... Os famosos banquinhos de mosaico, as imensas colunas, um túnel de pedras que tenta imitar a natureza, o lagarto da entrada... E tudo tão colorido e alegre.
Resolvemos, então, bater perna no Passeig de Grácia, onde encontramos a nata das lojas de grife do mundo. Uma delícia de passeio... Melhor seria se tivesse dinheiro pra comprar todas as coisas lindas que via! =P
Acabamos perdendo a hora do Museu Picasso (pra variar...). Meu único lamento dessa viagem. Gostaria de ter ido até lá... Mas volto em Barça com mais calma, tenho fé! =)
No albergue, puxamos mais uma joguinho de UNO pra unir a galera. Ri tanto que achei que ia ter raiva no dia seguinte. A mistura de brasileiro (de todas as regiões), australiano, português, italiano e sei lá mais o quê, tornava tudo ainda mais engraçado. Nesse dia, a subida para o banho acabou desencontrando a galera. Acabou que me perdi do mineirinho doido e de Ivan.
Fui com o resto do povo para uma boate pop no Barri da Ciutadella Vila Olimpica (resquícios das Olimpíadas sediadas em Barcelona). Só a entrada da boate impressionava. Por dentro, enorme! Com dois pisos, tocando músicas diferentes. Deu pra mexer um pouco o esqueleto e voltar cansada para o albergue.

No sábado, eu e Ivan estávamos decididos a ir para Andorra, a "zona franca" que ficava a 3 horas de Barcelona. Acordamos tarde, mas fomos até a estação na doida ver se conseguíamos um ônibus para lá. Infelizmente, para o horário que queríamos, não havia. Compramos então a passagem para o dia seguinte e resolvemos ocupar nosso resto de dia pelas ruas de Barça. Como tínhamos decidido ir ao jogo Barcelona X Valladolid fomos comprar nossas entradas. Pela bagatela de 26 euros, sentaríamos no anel superior do Camp Nou! Diliça! =D
Batemos perna pela cidade e voltamos ao albergue para um banho antes do jogo. Reunimos a brasileirada e fomos para o metrô. Bagunça pouca é bobagem! Brasileiro já gosta de uma mundiça, né?! Afff...
A gente não sabia ao certo onde era o estádio, mas era só seguir o fluxo! hehehehehe
Tínhamos que trocar as entradas que compramos pelas entradas do estádio (até agora não entendi o porquê desse trabalho de português!), então acabamos nos atrasando e tivemos que correr pra ver os times entrando.
Meu amigo... Que negócio impressionante! Como os meninos disseram, "mais parecia vídeo game!". Eu acostumada como meu campinho dos Aflitos... O Camp Nou é um mundão! Adoramos o estádio, adoramos o jogo (detalhe: moro em Valla... Mas o "meu" time não se saiu muito bem... Barcelona 6x0 Valladolid).

Eu e Ivan partimos pra Andorra às 7h da matina. Cochilos imensos durante a viagem, claro! Engraçado foi que eu tinha pesquisado sobre Andorra e outros lugares próximos a Barça, então acabei confundindo um pouco as coisas... Disse a Ivan que era lugar de praia e lá vai ele com o casaquinho super básico. Na verdade, era montanha! Estação de esqui no inverno... Víamos as pontinhas das montanhas todas cobertas de neve lá em cima... hehehehe. Foi mal, Ivan! =P
O magrelo tava atrás de uma lente toda especial para sua câmera e eu atrás de gastar dinheiro mesmo! =P
Ele encontrou o que queria e eu também. Resultado: dois meninos pequenos voltando felizes da vida para Barcelona! =D
Tínhamos pressa de voltar por que à noite haveria um show de cantores/grupos brasileiros na Sala Apolo (fazia parte do Projeto Brasil no Ar, pelo qual Ivan estava também expondo as fotos). Cila do Coco e Mundo Livre S/A eram os mais aguardados. E não decepcionaram. Cantei e dancei de morrer! De longe, a melhor noite em Barcelona! Não sei se por que estava vendo algo do Brasil depois de algum tempo aqui perdida na Europa ou se por que os brasileiros são bons e animados como poucos. Saí cansada, mas de alma lavada! =)

Segunda, dia da volta... Ivan embarcou ainda de madrugada, deixando saudades do Brasil e da viagem à Barcelona e levando presentes pro meu povo de lá. O resto da brasileirada aos poucos já tinham-se ido e o hostel estava visivelmente mais calmo. Dei um último passeio pelas Ramblas e peguei meu trem de volta para a realidade =)

Ah! Esqueci de explicar o título do post... Saindo cedinho de Valladolid, indo para a estação de trem, eu ouvi uns "quá quá quá"... Tá certo que moro perto do rio, mas nem tanto! Então fui procurar... Encontrei aquele "V" no céu dos patinhos saindo de Valla e indo em busca de um cantinho mais quente =)
"Dizem que traz boa sorte", pensei... Talvez ai esteja a explicação da minha excelente viagem à Barcelona =)

Bjos pra todos!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Iniciando os mochilões: Segóvia!

Povo meu!

Finalmente comecei a viajar pela Europa! Dizem que basta vir a primeira pra virar um vício e uma rotina! Que seja então... =)
Eu e Jú tiramos o fim de semana passado para visitar Segóvia, uma cidadezinha que fica próxima a Valladolid. Tem alguns brazucas de Recife que vivem e estudam por lá, então aproveitamos o "pouso" certo e fomos dar uma passeada. A viagem é um tanto cansativa... A cidade é próxima, mas o ônibus entre em tudo quanto é povoado antes de chegar. Engraçadas são as estradas aqui. Algumas sinalizações são bem parecidas com as brasileiras e outras complemtamente diferentes. A pista parece um tapete... E para entrar nos povoados eles fizeram uma espécie de rotatória. Então, passamos por esses giradouros umas trezentas zilhões de vezes até chegar à Segóvia!
A vista da entrada da cidade pela estrada, à noite, é linda! Parece um caminho de fogo, todo iluminado e com a Catedral e o Castelo se vendo ao longe.
Nosso amigo Igor nos pegou na rodoviária e já aproveitou o caminho para nos mostrar um pouco da cidade (segundo ele, Segóvia é muito diferente de dia e de noite! =P). E isso foi ótimo por que a cidade é bem miudinha e conseguimos ver muita coisa e fotografar à noite. Em casa, a galera preparou um jantarzinho todo especial pra gente! =) Barriguinha cheia, fomos conhecer a night de Segóvia! Tem uma rua só de bares (Calle de los bares, claro!). É bom que dá pra gente pular de bar em bar sem andar muito no frio! hehehehe. Barzinho tipo pub alternativo, boate, bar de tapas, bar de copas... Bem diversificado! =P
Acordar cedo não é algo que fazemos por aqui... Mas assim que deu coragem de sair da cama fomos rodar novamente pela cidade e aproveitar o dia lindo de sol que fez.
E Segóvia é linda! Varandinhas floridas, casinhas antigas, casais de velhinhos andando nas ruas com seus pães e jornais debaixo do braço, os pirralinhas encasacados... E os castelos com seus gramados! Muito gostoso deitar um pouquinho naquela grama fresquinha e aproveitar um pouquinho do calor do sol... No dia seguinte, visitamos também o "La Granja" que foi uma espécie de "casa de veraneio" dos reis da Espanha. Enorme! Esse é o adjetivo que mais me vem à cabeça. Fico pensando que tantas atividades o povo das antigas encontrava pra fazer em tanto espaço ocioso! Mas os jardins também são lindos. Segundo Júlia, "um pequeno Versailles"... hehehehe
Ah! Não poderíamos deixar de visitar uma confiteria local! =D De-lí-cia!!! Ai ai... Acho que ainda morro pela boca! hahahahaha

Bom... Só tenho a agradecer aos nossos anfitriões e aos novos amigos que fizemos na pequena Segóvia: Diandra, Igor, Gabi, Serginho... =)

Ah! Fotos no orkut: http://www.orkut.com/Main#Album.aspx?uid=13436263484222231191&aid=1225104402


Bjo, povo!

domingo, 19 de outubro de 2008

Un poco de Valladolid, um pouco de Brasil.

Estou devendo pelo menos uns quatro textos. Aqui tudo é muito novo e acontece muito rápido, aí acabo deixando pra depois por falta de tempo ou preguiça de abrir a página do Word e termino não escrevendo e esquecendo os detalhes. Literalmente, o texto se perde na minha cabeça.
De ontem pra hoje resolvi fazer alguma coisa diferente do que vinha fazendo normalmente (lê-se: “salir de fiesta” com um bando de estudante de todos os lugares do mundo pros mesmos bares de sempre). Da última vez que estive no Sotabanco (um desses bares de erasmus) fui apresentada a um espanhol muito gente boa. Ele tem família no Brasil e já teve uma namorada brasileira então fala razoavelmente bem português. Como está de viagem marcada para o Brasil nas festas de fim de ano, estava procurando pessoas que pudessem ajudá-lo a praticar o idioma. Assim, eu, Gabi e Júlia iniciamos um papo muito animado, numa mistura só de português e espanhol. Como costumo sempre dizer “quem tem boca vai a Roma”, mais uma vez tive sorte. Falando pelos cotovelos como só eu falo acabei descobrindo que Rubén (o espanhol “brasileiro”) se formou na Escuela de Empresariales (o que faço aqui no momento) e que é grande amigo de uma das minhas professoras. Comentei com ele que estava buscando “praticas de empresa” (nosso velho trabalho escravo aí no Brasil, conhecido popularmente por estágio) para poder ter alguma experiência na Espanha e também, é claro, arrumar um dinheirinho. Bom... No fim das contas, Rubén disse que iria falar de mim para a professora e que tinha certeza que ela poderia me ajudar a conseguir algo nesse sentido por aqui. Ponto pra mim! Além disso, Rubén se mostrou um guia turístico bem disposto e ontem nos carregou para conhecer alguns bares em Valladolid. Digamos que saímos do mundo de estudantes e entramos na elite vallisoletana (acho que é assim que escreve isso). Os bares por aqui são um pouco diferentes. Estão sempre tocando música, como se fosse uma boate no Brasil, mas não cobram simplesmente por a gente entrar. Assim, é costume na Espanha as pessoas saírem andando de bar em bar, tomando pelo menos uma bebidinha em cada um deles. Primeiro que é tudo muito próximo e tudo se faz andando. Segundo que não precisamos pagar toda vez que colocamos os pés num lugar diferente. Fomos para uma espécie de “bairro nobre” de Valladolid, chamado Parquesol. Lá conhecemos dois bares temáticos. O primeiro, chamado La Estación, imitava uma antiga ferroviária, com suas lojinhas peculiares, “kioscos” de venda de revistas e cigarros e cafés. Percebíamos que a decoração temática se via em cada detalhe do bar (as ambientadores de festas de Recife iriam amar!). O segundo, chamado Bantú, era uma espécie de tribo africana, com imitações de árvores no meio do bar, mesas e cadeiras rústicas, figuras e máscaras típicas. O engraçado é que se via, mesmo por volta das dez, onze horas da noite, pais com filhos pequenos dentro desses bares. O pessoal daqui não deixa mesmo de sair por que tem criança em casa! Resolvemos então descer para o centrão, onde fica a maioria dos bares da cidade. Entramos num bar chamado Bqu (beleza é a pronúncia disso ai... “bêcú” =P). Decoração perfeita também, mas fazia mais o estilinho do Musique de Recife. Ah! Outra coisa... Imaginem pessoas de 30, 40 anos (talvez até 50!) num bar estilo Musique, tocando música de boate, conversando e bebendo animadamente. Era esse o Bqu. Pra mim, muito estranho. Pelo menos em Recife não se vê pessoas dessa idade num bar de “playboyzinhos” que toca música dance. Não sei eram solteirões de meia idade ou somente pessoas (namorados, noivos, casados) se divertindo à noite. Sim! E tinham noivos também! Acho que casaram-se e mandaram o povo todo do casório ao Bqu pra fazer uma espécie de “recepção”! Bom... Economizaram com o buffet pelo menos! hehehehe. O próximo foi o Mangú. Já voltamos ao nível erasmus, mas como era sábado, os espanhóis tinham lotado o lugar. As caras já eram bem diferentes, um pessoal mais novo, os típicos jovens espanhóis (com seus cabelos e roupas muuuuuito na moda! =P) e alguns estrangeiros também. Como aqui quase não tem posto de gasolina, não tem também os Selects e AmPm da vida. Encontramos uma lanchonete antes do próximo bar pra dar uma acalmada na fome da madrugada. Lanche típico espanhol: baguete com alguma coisa (variando de frango, caranguejo, porco, camarão, etc) e muita maionese. Barriguinha cheia, seguimos para o Coma (em espanhol significa “vírgula”! Criativo, né? =P). Esse era estilo Nox, por que até as luzes do lugar mudavam de cor! hehehehe. Mesmo tipo de música e o público uma mistura de jovens e mais velhos. Já era perto das cinco da matina e eu já tinha cumprido minha cota de bares por uma noite. Foi bem interessante participar um pouco desse costume espanhol, conhecer lugares diferentes, ver pessoas diferentes... Sem contar que praticávamos o tempo todo o espanhol com nosso amigo. Sempre muito “querido” (como diz minha amiga Gabi), o espanhol-brasileiro procurava sempre ensinar algo novo pra gente, corrigir o que era dito errado e, em contrapartida, fazíamos isso com ele. É claro que brasileiro não vale nem um ponto no bomclube então ensinamos um monte de coisa que não presta pra ele! hehehehe. Basta dizer que ele saiu desse passeio com umas três cantadas na ponta da língua pra arrasar com a mulherada quando chegar no Brasil! =)
É por essas e outras que adoro esse clima de intercâmbio e estou cada vez mais certa que vou aproveitar muito o tempo que ficarei fora do Brasil, mas valorizarei cada vez mais o meu país.

Bom começo de semana pra vocês!

Bjoooo

sábado, 11 de outubro de 2008

Existe vida pós internet?

Repetindo a frase de Robi (ela é ótima pra isso!): Como o mundo podia existir sem internet?
Esse é praticamente nosso mantra atualmente. Desde que colocamos os pés nessa cidade (diga-se de passagem, mais ou menos 20 dias) que estamos tentando colocar a bendita da internet em nosso piso. Cara... Eles são muuuuito incompetentes!!! No Brasil, esses vendedores daqui iriam morrer de fome!!! Nossa senhora! Sei que depois de rodar (rodar mesmo!) atrás de uma empresa que fosse boa-bonita-barata, encontramos uma marromeno (chamada ONO). Detalhe: teríamos que ter uma conta num banco daqui para poder contratá-los. Então, Raquel ficou de abrir a conta. A nossa faculdade tem um convênio com o Santander daqui e podemos abrir uma conta, estilo a universitária daí, mas não pagamos nada por ela. Sendo assim, Raquel passou num dos Centros e preencheu a papelada. Explicou para a criatura responsável pelo cadastro que necessitávamos do número da agência e da conta que ela estava abrindo. A pomba lesa garantiu que no dia seguinte ela teria essas informações pra dar. Então no dia seguinte foi Raquel toda serelepe atrás dos números. Canto mais limpo! A criatura em vez de mandar os dados de Raquel para uma agência aqui, enviou junto aos outros pedidos que seguiram pra Madri (não me pergunte por quê). A nossa sorte foi que no mesmo dia eu fui na agência que fica dentro de um outro Centro da faculdade e lá eles resolvem tudo, sem ter que mandar pra canto nenhum. No dia seguinte fiquei sabendo do número da agência/conta e com 2 dias chegou meu cartão em casa. U-hu! =D
Achamos então que todos os nossos problemas estavam resolvidos! Seguimos pra loja da ONO. Escolhemos o plano que melhor se adequava ao nosso bolso e o carinha que nos atendeu disse que dentro de 4 dias um técnico estaria em nossa casa e o primeiro pagamento (com instalação, alta – uma coisa que eles cobram aqui – e mensalidade) viria ao nosso endereço com mais ou menos um mês. Doce ilusão... Com 3 dias uma doidinha da ONO ligou pro meu celular dizendo que teríamos que pagar com cartão o valor referente à instalação e a alta! Nem tinha desbloqueado meu cartão ainda e é óbvio que não tinha dinheiro na conta pra fazer o pagamento! Ai que ódio daquele espanhol demente!!! Se a gente soubesse (se ELE tivesse nos dito), teríamos pago lá mesmo a ele, no dia do fechamento de contrato. Bom... Agora teria que desbloquear o cartão, depositar dinheiro na conta e esperar a bonitona ligar novamente. Feito isso tudo, ela ligou. Adivinha? Saldo insuficiente. Explico: quando ela me ligou a primeira vez pra dizer que teríamos que pagar e blá blá blá, eu estava num ônibus, em pé, procurando a parada do Carrefour e tentando entender o espanhol rápido dela, sem falar que não esperava por essa. Então, acabei entendendo o valor errado!!! Eram 138 euros e eu entendi só os 38! =P . Lá vai eu de novo depositar mais dinheiro (coloquei logo 200 euros pra garantir!). Só que dessa vez resolvi ir na loja da ONO, adiantar o processo e esculhambar, nem que fosse em bom português, o demente do vendedor! Soltei uns dois xingamentos em português antes de me sentar na mesinha dele pra me acalmar. Então, expliquei educadamente (eu juro!) o que havia acontecido e pedi que arrumasse uma solução para o nosso problema, já que desde o começo ele disse que seria rápida a instalação e sabia que tínhamos pressa. Ele fez o pagamento através do sistema com o número do meu cartão do Santander e depois veio me explicar o que aconteceria de agora em diante. Em duas frases mandei ele calar a boca! Pra não correr o risco de haver novamente “ruídos” em nossa comunicação, eu fui dizendo o que EU tinha entendido de tudo. No fim das contas, teremos que esperar o técnico vir em casa, mas como o fim de semana chegou e segunda é feriado por aqui, ficamos mais alguns dias nessa pendenga!
A boa notícia é que, esporadicamente, estamos conseguindo “pegar emprestada” a rede de alguém por aqui! hehehehehe. Raquel fez a descoberta hoje cedo. Ela trouxe para a cozinha o notebook pra colocar música durante a faxina. De repente, uma linda rede apareceu disponível! Nunca vi tanto notebook debruçado em janela de cozinha como hoje! kkkkkkkkkkkkkkk. Praticamente uma convenção! Infelizmente o sinal não é dos melhores e não conseguimos conectar de todo lugar (só da janela da cozinha! =D) e cai direto. Assim, ficam 4 patetas movendo os notebooks de um cantinho para o outro do janelão da cozinha catando uma redezinha que nos queira! =D. Agora venham me dizer que tudo na Europa é primeiro mundo!

Bjos virtuais para todos!

P.S: esse texto está sendo excepcionalmente postado durante o fim de semana graças à nossa rede “emprestada” =D

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Arrumando sarna pra me coçar!

Apesar da gripe erasmus tentar me derrubar, estou me saindo bem dela. Quer dizer, eu acho... =P. Então, sob muito esforço, consegui ir pra aula na sexta-feira. Ah! Detalhe... Não acordei na hora prevista e me atrasei para sair de casa. Peguei meu bus C2 e fui. Acontece que não lembrava mais qual era a parada. Meu guru para assuntos acadêmicos, Humberto (ele que me diz quais os horários de aula, quais os dias, se os profº são legais e tal por que ainda não me habituei com a vida acadêmica daqui), tinha me dito que era razoavelmente perto do nosso prédio, mas eu não sabia onde ficava ao certo. Então, pra variar, desci no canto errado e me perdi. Perguntei a algumas pessoas onde ficava e, de prédio em prédio errado, achei o meu. Agora tinha que achar a sala, que também não lembrava mais qual era! Ok, ok... Admito que sou uma porta! =P
Com meia hora de atraso, entrei na sala... Tentando pelo menos ser silenciosa. Até me “ajeitar”, tirar zilhões de casacos, abrir cadernos, etc... foi mais uns 10 minutos. Aí foi que me dei conta que estava numa aula em espanhol! Mais uma de porta, mas é por que a ficha não tinha caído ainda. Eu sou muito acostumada a anotar tudo em sala de aula e raramente tirar aquelas milhares de xerox ou consultar aquela bibliografia monstra que os professores teimam em passar. Meu amigo... Atenção redobrada! Até fiquei espantada por conseguir entender um bocado e escrever também, mas sempre aperriava Humberto com uma ou outra palavra que não tinha captado nem a pau! A professora era até boazinha. Tinha umas partes da aula que ela ditava pra gente copiar. E não falava como se fosse tirar o pai da forca. Só uma coisa me arritava: no fim de cada frase sempre tinha um “vale” (lê-se: bále). Como eles falam isso por aqui! Seja afirmando, interrogando, pra dizer que entendeu, pra se cumprimentar. Saí azuretadinha da aula... E olhe que era de uma hora e nem assisti toda!Pior ainda está por vir. Não contente em ter aulas em espanhol a partir de agora, resolvi me interessar justamente por uma cadeira de Francês Empresarial dentro da grade do meu curso. Aí sim o bicho pega! É francês do comecinho mesmo, como se fosse um curso de idiomas normal. Mas aprender francês em espanhol... Tô me superando! Ou como dizem alguns amigos “arrumando sarna pra me coçar!”. Até a professora, quando fui me apresentar no fim da aula e disse que era aluna estrangeira e brasileira, achou meio estranho. Pelo menos foi isso que a cara dela disse! Mas pensem comigo... Não posso perder essa oportunidade de aprender francês a custo zero. =P
Bom, espero que tenha mais sorte das próximas vezes e me acostume logo a ouvir e escrever em espanhol, inclusive nas aulas de francês!

Bjo, povo!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A saga do pão de caixa suicida

Será que é mesmo de praxe passar por várias gafes quando se vai viver num país diferente do seu? Por que se for, a gente tá fazendo um trabalho muito bem feito! Eu já era boa nisso no Brasil e aqui estou me especializando. Aqui no piso Robi consegue ser a vencedora. Dia desses ela subiu de escada, mas não contou os andares certos. Resultado: tocou a patética “buzina” do Sport na campanhia do piso de algum dos nossos vizinhos velhinhos. Sorte que ela percebeu isso antes que alguém abrisse a porta! Outra dela foi na faculdade. Foi apresentada a um italiano e disse “Me lhamo Roberta” e o italiano respondeu “Andrea”. Ai ela repetiu “No... Roberta!”, jurava ela que ele tinha entendido seu nome errado. Foi salva por uma de nossas amigas aqui (o anjo da guarda das novatas, Guacyra), que disse “No, no... Él es Andrea”. O pobre coitado ficou sem entender nada... Lá vai Guacy explicar que no Brasil Andrea é um nome feminino! hehehehehe. E Gabi também andou passando por uma dessas. Foi num café e pediu churros. Mas o churros daqui não são como os daí, todo recheado, quentinho, cheio de açúcar e canela! O bichinho aqui é fino, frio e sem açúcar! Pior de tudo, sem recheio!!!! Bom... Ela tentou “abrasileirar” o churro daqui e perguntou a senhora se havia “churros rellenos” (churros recheados). Segundo Gabi, a mulher olhou pra ela como se fosse um E.T. Ou seja, não é recomendado abrasileirar nada por aqui. hehehehe
Seguindo o ritmo das gafes, cometemos uma em casa hoje. Estávamos todas à mesa, fazendo o lanchinho da tarde depois de chegar das compras (aqui chamam de “merienda”). Nossa cozinha tem um janelão com parapeito, então acabamos colocando algumas coisas nele para aproveitar o espaço. Robi colocou o saco de pão de caixa lá. Começamos a comer, conversar, falar mal do povo, dos preços do supermercado... De repente o pão “salta” lá pra baixo. Segundo Robi, ela nem tocou nele! Primeiro Raquel fica em estado de choque: ”minha gente... o pão...” com aquela cara de cachorro caído da mudança. Júlia já tava tento um ataque de riso (e engasgo) fazia tempo, eu, de pijamas ainda, só conseguia parar de rir também e Robi só fazia dizer: ”meu deus... o pão! Vai alguém lá embaixo! Logo!” e não saía do canto! Depois de passado o choque inicial, corremos pra janela pra ver se não tínhamos matado ninguém a “pãozada”! Engraçado era a cara das pessoas que passavam pelo pão... hahahahahaha.
No fim das contas, Raquel foi a que se recuperou mais rápido e desceu pra resgatar o suicida! O bichinho tava com o saco todo rasgadinho por que tinha passado pelos arbustos das jardineiras. Veio então a análise, pra saber se era possível comer o tal pão ainda (casa de estudante, nada se perde, tudo se transforma!). Robi criou toda uma teoria sobre o assunto e no fim decidimos que ele ainda era comível, apesar de suicida!

Ah! Fizemos fotos do acontecido, claro! Estão no meu álbum do Orkut.

Bjo, galera!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fotos!

Bom... Hoje depois da aula consegui colocar algumas das fotos tiradas aqui no meu álbum do orkut.

http://www.orkut.com/Main#AlbumList.aspx?rl=ls&uid=13436263484222231191

Aos poucos vou atualizar o flickr também!

www.flickr.com/photos/liviafranca

Bjo, povo!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Gripe Erasmus

Valladolid é super lotada de estudantes de todo o mundo. Aqueles que são da própria União Européia são conhecidos como Erasmus. Aqueles que vêm de faculdades de fora e receberam bolsa (como eu), são chamados de “estudantes de convênio” e aqueles que vêm de faculdades de fora, mas não obtiveram bolsa e terão que pagar as taxas da faculdade são chamados de “estudantes visitantes”. No fim das contas, somente para facilitar as coisas, acabamos todos nos incluindo nessa classificação.

Por esses dias está rolando uma epidemia de gripe e já que está dentro do mundo dos estudantes, a apelidamos carinhosamente de “Gripe Erasmus”. A minha começou quando por um breve instante acreditei estar no calorzinho de Recife e dormi de pijama fino e sem cobertas. Acordei foi de madrugada, praticamente um picolé e toda entupida, sem conseguir respirar direito. O que sei é que tô derrubada! O clima seco piora zilhões de vezes os sintomas da bendita. Tratei logo de começar meu tratamento de choque com mel (que diz no vidro ser feito de flores... Deve ser por que as abelhas fabricam usando as flores, né?!), alho (aparentemente igual ao do Brasil) e limão (que aqui é quase tão amarelo quanto uma laranja). Só me resta agora me manter agasalhada e esperar a Erasmus ir embora.

Ainda sem net em casa entao tá um babado pra colocar na rede as fotos daqui. Logo, logo resolvo isso.


Bjosssss, povo!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Em Valladolid (lê-se: Baiadolí! hehehe)

Finalmente arrumei um tempinho pra escrever sobre minha chegada e as primeiras impressões do que, de agora em diante e por mais ou menos um ano, será minha casa.

A chegada? Nossa!!! Cheguei a pensar que não chegaria nunca nessa terra! Lugar longe da murrinha! =P

Foram ao todo 25 horas de viagem! Desde a saída de Recife, passando por todo aquele negócio de vôo internacional cheio de fricotes, a noite muito mal dormida naquele avião lindo, cheio de tecnologias, mas super apertado, o pouso em Lisboa, com direito a passagem na imigração portuguesa, as quase 6 horas de espera pelo vôo para Madri, os metrôs e escadas rolantes (ou não!) de Madri para chegar à Estação de ônibus para pegar um que me levaria para Valladolid e, por fim, sair da estação a pé, pegando ônibus e caminhando até minha nova casa. Cansaram de ler? Imagina eu que percorri isso tudo ai! Diga-se de passagem, com uma mala enorme de quase 30 Kg (e sem aquelas rodinhas que giram pra todo lado), com a alça principal recém quebrada e uma maleta de mão de quase 10Kg. Cheguei só o bagaço, adquiri uma tendinite no punho esquerdo, mas cheguei! As meninas que estão comigo no piso (nome que se dá a apartamento aqui) já estavam achando que eu fiquei por Madri, presa por um temporal que passou por lá (só fiquei sabendo disso quando cheguei aqui... hehehehe).

Todos me perguntam como foi passar pela imigração. Não sei se foram com a minha cara, mas o mocinho português não encheu muito meu saco. Na verdade, só pegou meu passaporte, perguntou para onde eu iria e fazer o quê. Quando disse que eu iria estudar em Valla, ele perguntou se estudaria mesmo (eles juram que a gente vive de festa aqui... hehehehe =P). Depois disso, me liberou e só! Algumas das minhas amigas que estavam no mesmo vôo tiveram que mostrar os documentos apresentados no consulado de Recife (carta de aceitação, seguro...), mas mesmo assim todas passaram tranquilamente, na medida do possível.

Outra coisa que sempre me pedem é para contar as primeiras impressões de tudo. Na verdade, ao chegar ao aeroporto de Lisboa não me sentia muito fora do Brasil ainda. Não sei se pelo fato de ainda ouvir o português (diferente, claro, mas português) ou por que não tinha dado tempo de cair a ficha ainda. Mesmo assim, lembro que pensei comigo mesma: Estou na Europa! =) . É legal pensar assim. É claro que o caminho inteiro fizemos piadas com a ‘lógica portuguesa’ (para não chamar de outra coisa). Lembro que quando chegamos à imigração do aeroporto tinham duas filas. Uma delas para ‘países que falavam português’ e a outra para ‘todos os passaportes’. Eu entrei em todos os passaportes por que me parecia ser a fila que andava mais rápido e de toda forma eu estava incluída neles, não?! Mas as meninas preferiram ir pra outra fila, caso a ‘lógica portuguesa’ resolvesse nos fazer ir para a outra por que falávamos português. Tinha um senhor na mesma fila que eu e vínhamos conversando e tentando adivinhar se os portugueses iriam nos fazer voltar ou não! hehehehehe

No aeroporto de Lisboa todos os brasileiros que vieram no mesmo vôo se separaram. Alguns seguiram pra Porto, outros pra Sevilla. Para Madri, apenas eu e Thaísa. Tivemos sorte de encontrar uma brasileira e paraibana – chamada Renata – no vôo para Madri. Ela já tinha vivido na Europa alguns anos atrás e estava de volta para um mestrado em Salamanca. Nos ajudou bastante a entender o imenso metrô de Madri. Chegando à estação de ônibus nos separamos novamente. Thaísa e Renata seguiram pra Salamanca e eu esperei meu ônibus pra Valla. Tive um bom tempo para observar as pessoas na estação de Madri. Falam rápido, fumam muuuito e algumas mulheres têm um cabelo... Vou te contar! Que gosto, hein?! Ainda na estação fiz minha primeira ligação na Espanha (orelhão bem esquisito). Conheci uma guria do sul do Brasil – chamada Gabriela – que ficou de me pegar na estação em Valla. Ela já estava na cidade há quase duas semanas e conhecia melhor as coisas. Ela e as duas moças com quem divide o piso (uma belga e uma alemã) foram me buscar. Passaram uma hora me esperando por que disse-lhes o horário de chegada errado! Ainda não tinha me habituado com as mudanças de fuso. hehehehe

Saindo da estação, pegamos os ônibus de linha. Aqui é uma beleza! Em todas as paradas têm mapinhas das linhas, quais as que param e para onde vão e, o que é melhor ainda, um letreiro onde se mostra o tempo que falta para tal ônibus chegar. Fiquei imaginando se isso daria certo em Recife... Ah! E os ônibus podem até ser altos, mas baixam quando vamos subir/descer! Isso facilitou bastante a caminhada com aquela mala enorme. Nos perdemos, pegamos a linha de ônibus errada, mas nada muito traumático.

Finalmente cheguei em casa! Como eu disse, tava caindo o maior pé d’água em Madri e as meninas estavam achando que eu não chegaria mais. Felizmente, saí de lá antes de ficar presa. Fomos colocar a conversa em dia, conhecer um pouco da casa, tentar desarrumar a mala e, claro, comer e tomar banho! Sonhava com isso há umas 12 horas! hehehehe

Por falar em banho, primeiras coisas estranhas notadas por aqui. Uma delas eu acho um absurdo! Não sei se sou burra, tapada... Mas não consigo entender por que danado os interruptores de luz dos banheiros ficam do lado de fora!!! Por quê? Alguém sabe me dizer? No Brasil isso ia ser o maior motivo de brincadeiras em festinhas feitas em casa. Eu mesma desligaria a luz sempre que tivesse alguém lá dentro! hehehehe. E digo logo que aqui não tem chuveirinho para uso na privada. É o bom e velho (muito velho) bidê. Só que até o bidê daqui é estranho! Tá certo que faz tempo que não vejo um, mas a pouca lembrança que tenho deles é que sai água de baixo pra cima. O daqui tem tipo uma torneirinha e, teoricamente (por que não tive coragem de experimentar) a água sai meio que na lateral. Vai entender! Outra coisa... O chuveiro não é um chuveiro... É um chuveirinho que tem o suporte colocado mais acima. Bom, eu não sei se eles por aqui o usam como chuveirinho, mas banho pra mim tem que ser daquele de cabeça, que molha tudo de uma vez, com a água bem forte. Só deus sabe como eles tomam aqui. Ah! E não é box, é banheira! É óbvio que já levei uma queda tomando banho. Quem já viu, um negócio que nem dá pra se apoiar direito em pé! Um absurdo! =P Engraçado é que, pelo menos aqui em Valla, tem muuuuitos velhinhos. Tá certo que eu sou meio demente e estabanada, mas como será pros velhinhos tomarem banho? Será que eles enchem a banheira (com o chuveirinho), se metem lá dentro, ‘tomam banho’ e saem? Até pra sair deve ser um babado. E quando faz frio, a água esfria muito rápido. Logo, logo eles estariam congelados lá dentro daquele tanque pra gente! Não sei! Mas também não vou ficar divagando sobre esse tema por que tem mais um monte de coisa estranha pra falar.

Aqui já ta começando o friozinho. Na frente do piso tem uma farmácia e um letreirozinho em forma de trevo que fica piscando (todas as farmácias aqui têm isso) e mostra também a temperatura. Na manhã seguinte a minha chegada estava fazendo 13 graus. Ah! E amanhece e escurece tarde. Se tiver aulas às 8 horas saio de casa ainda escuro. Ainda não me habituei com isso. Era muito acostumada a me orientar pelo sol em Recife. Agora são 6 da noite e o sol tá bem forte ainda. Deve começar a escurecer lá pras 8, 9 horas da noite. E isso por que já estamos entrando no outono/inverno.

E a tal da siesta é a mais pura verdade. Por volta de 2 da tarde (quase) tudo se fecha. E algumas coisas reabrem depois das 5 ou 6 da tarde e ficam até 8 ou 9 da noite abertas. Banco mesmo nem reabre. Se não chegou até as 2, esquece! Só amanhã agora. Sei lá... Acho que espanhol não curte muito esse negócio de trabalho. Pensa ai se tudo fechasse no Brasil esse tempinho para ‘descansar la comida’? Sem falar que já soube que muitos poucos trabalham enquanto estudam. Tanto é que meu curso aqui será pela manhã e a tarde, não tem horário à noite. Bom para quem procura estágio. Alguns brasileiros que vivem por aqui dizem que os estágios normalmente são ocupados por estrangeiros, por que espanhol mesmo não procura. Bom, domingo tô olhando os classificados. Quem sabe não começo logo a fazer um dinheirinho pra viajar pela Europa?! Ah! E domingo fecha TUDO. Se brincar, nem hospital é aberto! E digo mais... tem coisa que também fecha na segunda. Como esse povo consegue fazer dinheiro???

O engraçado é que é frio, mas é também muito seco. Muito mesmo. Temos que está o tempo todo colocando hidratante nos lábios, as vias aéreas ressecam que é uma beleza e sair na rua no frio com o vento seco no rosto é 10 vezes pior que só frio. A vantagem é que tudo seca mais rápido. Eu jurava que minhas roupas iriam secar em 2, 3 dias no inverno e ficar fedendo a cachorro molhado. Mas no primeiro banho vi que a toalha secou durante a noite, pendurada no encosto da cadeira. Isso também vale para a comida. Experimenta comprar um pão fresquinho de manhã e deixar ele ‘a céu aberto’. De tarde tá parecendo mais torradinha de quatro dias!

Aqui encontramos de tudo nos supermercados. O perto aqui de casa se chama Eroski e os produtos da ‘marca Eroski’ são sempre mais baratos. Ou seja, o Eroski financia nossos estudos na Europa! hehehehe. Mas aqui eles têm o costume de comprar carnes na carneceria, frutas nas fruterias, pão e bolachinhas nas panerias e por ai vai. Como gosto de caminhar e sair entrando sempre nas lojinhas, dia desses entrei pela primeira vez numa fruteria. Peguei um saquinho e fui escolher as uvas. Prontamente a dona da lojinha veio até mim e, não tão delicadamente, me disse que ela colocaria, bastava eu dizer o que eu buscava. Pense na gafe! Aproveitei pra pedir um pão. Não é como o francesinho daí, se parece mais com o baguete, mas é bom também. Achei estranho só o fato de ela ter pego a uva, o dinheiro e o pão com a mesma mão e jogado tudo numa sacola comum. Ou bem é uva ou bem é pão, minha senhora! E faz favor de não pegar meu pão com a mão de dinheiro! Pensei isso, em voz baixa, claro.

E orelhão? Já apanhei deles aqui também. Eles são diferentes e não se usa um cartão. São as próprias moedas de euro. Fui tentar ligar pra uma amiga, mas estava sem as benditas moedas. Pedi numa banca de revistas pra trocar, mas a espanhola não foi muito simpática e me mandou ir ao banco. Fui e como tinha pouca gente na minha frente, esperei. Nossa senhora! Esperei muito! Ai também me arretei e troquei logo 50 euros em moedas. Que peso! hahahahaha. Coisas que só Lívia faz pra você! Ah! Eles usam muuita moeda aqui. Tem de 1 céntimo (o nosso centavo), 2, 5, 10, 20, 50 e de 1 e 2 euros. Nota mesmo só a partir de 5 euros. E elas vão crescendo à medida que aumentam de valor. Pense na nota de 200! E pensa que arredondam o valor? Nada! Eles dão o troco certinho, até de 1 céntimo!

Sim! Esqueci de falar sobre a fila. Realmente não tem fila na Europa, quer dizer, pelo menos aqui na Espanha. Não tem por que simplesmente os espanhóis não fazem fila! Eles chegam, perguntam “és la última?” e ficam observando aquele que é o último sair para ser atendido. Por falar em atendimento... Devemos levantar aos mãos para o céu no Brasil. Aqui em Valladolid TUDO que fui fazer esperei muito. A loja está cheia e tem no máximo duas pessoas atendendo. Os espanhóis fazem ‘a fila’ e esperam, esperam, esperam... Gastar dinheiro tornou-se difícil. Não é feito no Brasil que aparece um vendedor a cada piscada. Ah! Dia desses estava numa loja pra tentar resolver nosso probleminha com a internet e de repente chegou a polícia local (comentário de Robi: “eles se vestem igual a Fucker and Sucker do Caceta e Planeta!”). Parece que um cliente meio chato tava fazendo confusão... Não deu pra entender bem. Só sei que eles chegaram, pediram os documentos do cara e o levaram para conversar do lado de fora da loja. Depois não vi mais. A polícia não deve mesmo ter o que fazer por aqui! Aliás... Tem sim... Receber ligações por volta da meia noite dos vizinhos chatos que querem acabar com as festinhas dos estudantes! hehehehehe.

Se tem uma coisa que tenho feito muito por aqui é andar. Andar, andar, andar! Principalmente por que o piso que estou é ótimo, mas é longe de tudo. Aliás, só é perto do Centro de Arquitetura. Mas nem arquitetura estudo! Portanto, para mim, longe de tudo, inclusive da pouca civilização que há em Valladolid. Se bem que... É longe de forma relativa, por que aqui consigo ir de um lado a outro da cidade em um pouco mais de uma hora (a pé, diga-se de passagem). Estou sempre com um mapinha em mãos e tentando entender as ruas dessa cidade. Me perco muito! Ou como diz minha amiga Gabriela “não estou perdida, estou conhecendo a cidade!”. O problema é que não tem nada para servir de marco (tipo a Av. Agamenon Magalhães) e as ruas são muito parecidas e estreitas. Tem praça e igreja até enjoar... Mas acho a cidade uma gracinha. Já gosto de bater perna e quando finalmente tiver a cidade na palma da mão e sem mapas, vou adorar isso aqui. Os carros são poucos e parecem que só saem determinadas horas do dia. Naqueles horário ‘de pico’ tem até engarrafamento! Hoje ouvi até buzinas! hahahaha. Inclusive tem um letreirinho que diz quais as ruas da cidade que estão engarrafadas. Mas também, depois disso, parece que todos se escondem! É incrível como por volta de onze horas, meia noite (lembrando que isso aqui não é tarde. O pessoal começa a sair de casa para ir aos bares e festas por volta de 1h) você não encontra um pé de gente na rua. Tá certo que é uma cidade de velhos, mas não é pra tanto! Fica parecendo uma cidade fantasma, aff! Ah! E tem muitos velhinhos aqui. Muitos mesmo. E são sempre simpáticos. Muitas vezes param a gente para conversar ou pedem para tirar as nossas fotos, puxam conversa, é uma onda! E criança? Bebês? Eu acho que estão fazendo promoção por aqui: “façam menino e ganhem um piso”! Hoje saímos mais cedo para ir a uma feira e Robi tentou contar quantos bebês ela via só no caminho. Em coisa de meia hora já passava dos 20! E a tarde fui dar mais uma das minhas caminhadas de desbravamento e as praças estavam cheias de pirralhas! Engraçado também é que vemos muitas crianças grandes, lá pros seus 2 ou 3 anos, ainda em carrinhos. Aqui os pais não soltam os pirralhas na rua. Dificilmente vejo isso. E como se vestem? A coisa mais fofa do mundo aquelas coisinhas pequenas todas empacotadas! O mesmo não posso dizer dos jovens ou adolescentes. Pensa que a moda “Rebeldes” é só na TV? Aqui não... Eles levam a sério! Parecem um bando de emo. Afff! Umas roupas de combinações esquisitíssimas (ex: meia calça quadriculada, saia xadrez, blusa de brilhos, cachecol rosa Pink e por ai vai) e uns cabelos... Sabe quando você vai a Olinda no Carnaval e fica só observando e se divertindo com as fantasias? É mais ou menos isso que tenho feito. hehehehehe. Eu acho que vou passar um ano por aqui sem passar num cabeleireiro. A vantagem disso é que posso sair na rua com o cabelo do jeito que for, completamente descabelada, que não serei recriminada. No máximo me xingarão de ‘espanhola’! hehehehehe. Até os cachorros daqui são despenteados e a maioria yorkshires. Deve ser por falta de espaço nos pisos, né?!

Vemos também muitos deficientes físicos. Acredito que isso ocorre por que é uma cidade reativamente calma, plana, com rampas de acesso para deficientes em todos os lugares, muitas faixas de pedestres... Deve ser.

O trânsito daqui também é meio louco. Confesso que fiquei besta como as pessoas só atravessam na faixa de pedestre e se a gente colocar o pé na faixa, os carros param, independente de ter sinais. Ah! E aqui também tem uns sinais bem pequenos. Assim: tem o grande normal (mas que funciona de forma diferente e até hoje não entendi como. Só sei que pisca o amarelo dos carros quando está prestes a se abrir o sinal de pedestres) e tem um pequeno, logo mais abaixo. Mini mesmo. Só não me pergunte como funciona, para quem abre, para quem fecha, para quem serve, por que ainda não entendi também.

Já falei das pontes? Aqui tem! Me sinto praticamente andando no Recife Antigo! hehehehehe. Tem um daqueles barquinhos estilo Catamarã, mas ainda não tive a oportunidade de fazer um tour pelo rio. E tem patos no rio. São tão lindos... Os patinhos ‘navegando’ todos enfileirados! Ah... E temos praia. De rio, mas temos. Só não garanto ser quente, mas as mulheres fazem topless. hehehehehe.

Notei também que eles não falam nada em inglês, com a pronúncia em inglês... Vamos a um pequeno dicionário:

- Começando por Google (lê-se: gúgol). Aqui é o puro e simples “gúgli”.

- Rede Wi fi (lê-se: uia fai) eles chamam “ui fíí” (tem esse “í” prolongado de verdade).

- Uma operadora de celular chamada Happy (lê-se: répi) móvil aqui é “rápi móbil”.

- A web é “vebi” mesmo...

E por aí vai... Tenho a leve impressão de que quando começarem as aulas terei enriquecido esse dicionário tosco.

Por sinal, teoricamente tive aula hoje, mas não cheguei a tempo. hehehehe. Primeiro por que é e sempre será um problema levantar cedo. Já era em Recife, no quentinho e claro dia, que dirá aqui! Levantar parecendo 4 horas da matina aí, num frio da moléstia! Mas prometo ser menos preguiçosa amanhã. Mesmo assim fui à faculdade, conhecer meu prédio, dar uma olhada nas caras novas... Tentar descobrir meu horário. É tudo meio louco! Pras salas não ficarem muito cheias, eles dividem as turmas por grupos. Esses grupos levam em consideração o primeiro sobrenome (estou no grupo 1 porque vai da letra A até a E, e meu nome aqui é DE FRANCA! =P). Aí tem um monte de dias com as mesmas cadeiras, em horários diferentes, com professores diferentes... Ai ai. Espero entender esse processo antes do dia da matrícula! Aqui, em vez de você se matricular numa cadeira e depois fazer modificação, pode cursar qualquer uma até outubro (mais ou menos um mês depois de terem iniciado as aulas). Daí você escolhe a que mais gostou/se deu bem. Bem divertido pra uma pessoa indecisa como eu que já tenho pelo menos umas 10 cadeiras diferentes pra ‘conhecer’ antes de me matricular de verdade.

Comprei uma câmera! Não é a profissional que estava sonhando, mas pelo menos é pequenininha, bem bonita, parece ser boa e dá pra levar pra qualquer canto e tirar foto! Já fiz algumas fotos e vou colocá-las por aqui logo, logo.

Agora vou indo. Preciso dormir por que já passa das 2 horas da madruga e teoricamente tenho aula às 8h.

Aguardem mais coisas bizarras e novidades do mundo de cá!

Beijos e saudades de todos!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Contagem regressiva... 11 dias!

Meniiiiiiino!
Isso aqui tá jogado às traças!!!
Tempo, galera... Tempo!
Aliás, falta dele!
Eu jurando que ia ter um mês pra curtir lindamente minha pré-viagem... Puff!
Quem disse? Trabalho, trabalho, trabalho!
Masssss... Semana que vem isso muda (também, é a última semana, né?! hehehehe)
Fazendo as devidas atualizações: o visto chegou, não fui buscar por que deu uma bronca no seguro (o que eles aceitavam não estão aceitando mais), mas agora estou prestes a fazer outro (esperando só o dólar baixar um pouquinho... Tá foda!).
Já falei com o dono do piso que vamos ficar. As meninas até já pegaram a chave com Mirella (nossa assessora para assuntos gerais da Espanha! Ela acabou de vir de Valla).
Muitos dos amigos que fizemos na fase "intercambista federal" já embarcaram (seremos as últimas, eu acho) e a nossa despedida rola esse domingo, dia 14 de setembro, às 14 no Vapor 48.
Todos convocados, claro!
Ah! Como ontem foi meu aniversário, vai rolar bolinho por lá também.

É isso, povo. Depois, com mais tempo, tem mais.


Bjo grande em todos!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Saiu!

Povo meu...
O bendito saiu!
Pois é... Apesar de todo o mau agouro da minha querida amiga Antônia... Num é que ele veio mesmo?! =P
Exatamente um mês depois de feita a solicitação, ligaram lá em casa e avisaram.
Até que não demorou.Quem já havia tirado antes disse que era mais tranquilo pensar que ele só chegaria após 2 meses. E olhe lá!!!

Engraçado foi como recebi a notícia. Uma das minhas futuras companheiras de piso, Júlia, ligou pra mim... "Lívia!!! Saiu meu visto!!! Ligaram avisando! Não ligaram pra tua casa não?!". Na verdade, ninguém lá de casa tinha me ligado me repassando essa possível notícia, mas como eu conheço meu povo... Tratei logo de ligar pra lá! Atende altamente sonolenta minha irmã mais nova, Mari. Achei logo que ela tinha dormido e que, se o consulado ligou, ela não teria atendido. Bom... Superando minhas expectativas, Mari atendeu ao telefonema do consulado e ainda anotou o recado! Ufa! =D

Agora é ir atrás de um tal seguro que cobre repatriação e outras coisinhas mais. Vou lá no consulado (Antônia, mais uma vez...) levando o comprovante de pagamento dessa belezinha e pego meu passaporte lindo... carimbado! hehehe

É isso, gente! Aguardem cenas dos próximos capítulos! =)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Passeios por um consulado

Rapaz... Esse negócio de fazer intercâmbio dá trabalho, viu?!
Desde fevereiro quando a UFPE abriu as inscrições para intercâmbio de alunos que desejavam viajar em setembro que eu venho percorrendo um caminho de muitos papéis e de muitas esperas. São testes, disputas por bolsas, preparação de documentos, carta de aceitação da instituição estrangeira (até greve nos correios teve pra atrapalhar isso!) e o bendito visto!
Ahhh... Nada como dar alguns vários passeios ao consulado espanhol! hehehehehe
A gente vai lá pra saber do que precisa, volta lá quando (acha que) está com toda a documentação certinha e, se depender de Antônia, voltamos lá mais algumas vezes. Antônia??? Figura ímpar que habita o consulado espanhol aqui em Recife. Se você não passou por ela na retirada do visto, não passou pelo consulado! Primeiro que temos que madrugar por lá (ou acabam-se as fichas e damos viagem perdida). Um porteiro meio lento de tempos em tempos manda subir a próxima ficha (a minha foi a nº 2! Praticamente ganhei na loteria). Lá em cima, ela nos recebe com toda a ‘simpatia’ e sotaque argentino (isso mesmo... argentino) que possui. Vamos cordialmente entregando aquela papelada toda pra ela e ‘conversando’ nesse meio tempo. Então chega a hora da verdade...
Antônia é do tipo de pessoa que quando está tudo certo ela fica muito frustrada. Sendo assim, meu amigo, ela vai catar em todos os seus papéis alguma coisinha que lhe faça voltar lá! E digo mais, se prepare por que ela vai achar! Uma pessoa com instinto ‘Polyana’ acreditaria que ela faz isso para vê-la novamente. Afinal, você é tão simpática! Ela adoraria vê-la numa outra linda manhã de sol no consulado!
Como eu não tenho a menor paciência para Polyana, acredito mesmo é que ela gosta de achar cabelo em ovo! E não é que ela achou cabelo nos meus documentos? Segundo ela, meu atestado médico estava incompleto. Explicando: minha médica colocou “livre de doenças de quarentena, infecto-contagiosas e parasitárias, não apresentando sinais de consumo de drogas ilícitas e bla bla bla” (é mais ou menos esse o textinho que dizem para a gente colocar). Na verdade, Antônia queria que o atestado descrevesse tais doenças... Colocasse lá que não tenho cólera, malária, febre amarela ou peste (acho que até hoje a Espanha é assombrada pela peste... Só isso explicaria!). Juro a vocês que veio na ponta dessa minha lingua ferina “e por acaso essas doenças aí não seriam de quarentena, infecto-contagiosas ou parasitárias?”. Respirei fundo e disse a mim mesma “Seja simpática... reconheça seu erro! É desta criatura que virá seu visto lindo!”. Bom... Tirando essa ‘pedra no caminho’, tudo estava ok. Já na saída, não resisti e perguntei a ela se, de acordo com toda a experiência que ela tinha (a gente tem que puxar o saco um poquinho, né?!) e com os documentos que eu entreguei, teria possibilidade do meu visto ser negado. Sinceramente, nessas horas a gente só precisa de uma palavra de conforto... Uma resposta esperançosa, mesmo que seja mentirosa. Mas Antônia não acredita muito nisso e ela não me daria essa alegria de graça... A resposta veio num tom seco e cortante (e com o maldito sotaque argentino!): “Bom... é 50% de chance de ser negado ou 50% de não ser... Se eu lhe disser agora que será negado, agora mesmo você me mata (como ela adivinhou meu desejo mais secreto???). Se eu disser que não será e ele for, você volta aqui querendo me matar”. E eu ainda retruquei: “Mas é que a gente se prepara tanto... são tantos planos...”. E ela enfiou o resto da faca no meu coração: “É... mais isso também faz parte do processo. Em seus planos, você tem que aprender a esperar”.
Bom...Coloquei meu rabinho entre as pernas, engoli seco, disse "muito obrigada e bom dia" e peguei meu rumo!

Dois dias depois estava eu lá de volta para levar o atestado refeito! Não tive tanta sorte dessa vez... Minha ficha era a nº 14! Passei uma manhã bem interessante na salinha de espera. Pelo menos tinha gente na mesma situação pra bater um papo legal e matar o tempo! O assunto mais abordado? Antônia, claro!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Reescrevendo...

Resolvi que voltaria a escrever...
Não foi da noite pro dia e nem tenho certeza se isso vai dar certo, mas pelo menos está sendo indolor!
Engraçado que ainda ontem fiz uma busca na net para ver se meu antigo blog ainda existia. Na verdade ele tá lá... Meio que precariamente depois de algumas tentativas de mudança que realizei em vão, mas está! Perdi alguns textos... Quem sabe os recupero?
Ou sera melhor deixar aqueles lá enterrados? É estranho reler o que foi escrito... As situações são outras, os tempos são outros, minha vida é outra... Eu nem sou mais aquela lá!
Ok... Talvez um pouco daquela ainda resta em mim! :P
Pra quem conheceu o antigo, deve recordar do nome: Desajeitada por natureza.
Foi uma época muito boa em minha vida. Conheci pessoas maravilhosas que até hoje me acompanham. Entrei para o mundo virtual, para o mundo dos bloggeiros. E era tambem véspera de vestibular! E foi esse um dos motivos pelo abandono geral do outro blog. Os demais? Um somatório de falta de tempo, falta de inspiração e preguiça. A quem interessar possa, naquele ano passei no tão sonhando vestibular da UFPE. Curso atualmente Administração e semestre que vem, sigo para o 5º período. E é um 5º período que promete! Estou praticamente de malas prontas para Espanha. Farei intercâmbio de 1 ano em terras européias! Vejam se isso não é motivo para ótimos textos? :)

Ah! O nome atual? A esperança é a última que morre, né?!
'Tomando jeito' será o novo batismo.
Gostaram? Quem sabe agora eu tome jeito mesmo! :D

Bom... Darei boas vindas aos novos textos que estão chegando... Pelo menos na cachola.