domingo, 19 de outubro de 2008

Un poco de Valladolid, um pouco de Brasil.

Estou devendo pelo menos uns quatro textos. Aqui tudo é muito novo e acontece muito rápido, aí acabo deixando pra depois por falta de tempo ou preguiça de abrir a página do Word e termino não escrevendo e esquecendo os detalhes. Literalmente, o texto se perde na minha cabeça.
De ontem pra hoje resolvi fazer alguma coisa diferente do que vinha fazendo normalmente (lê-se: “salir de fiesta” com um bando de estudante de todos os lugares do mundo pros mesmos bares de sempre). Da última vez que estive no Sotabanco (um desses bares de erasmus) fui apresentada a um espanhol muito gente boa. Ele tem família no Brasil e já teve uma namorada brasileira então fala razoavelmente bem português. Como está de viagem marcada para o Brasil nas festas de fim de ano, estava procurando pessoas que pudessem ajudá-lo a praticar o idioma. Assim, eu, Gabi e Júlia iniciamos um papo muito animado, numa mistura só de português e espanhol. Como costumo sempre dizer “quem tem boca vai a Roma”, mais uma vez tive sorte. Falando pelos cotovelos como só eu falo acabei descobrindo que Rubén (o espanhol “brasileiro”) se formou na Escuela de Empresariales (o que faço aqui no momento) e que é grande amigo de uma das minhas professoras. Comentei com ele que estava buscando “praticas de empresa” (nosso velho trabalho escravo aí no Brasil, conhecido popularmente por estágio) para poder ter alguma experiência na Espanha e também, é claro, arrumar um dinheirinho. Bom... No fim das contas, Rubén disse que iria falar de mim para a professora e que tinha certeza que ela poderia me ajudar a conseguir algo nesse sentido por aqui. Ponto pra mim! Além disso, Rubén se mostrou um guia turístico bem disposto e ontem nos carregou para conhecer alguns bares em Valladolid. Digamos que saímos do mundo de estudantes e entramos na elite vallisoletana (acho que é assim que escreve isso). Os bares por aqui são um pouco diferentes. Estão sempre tocando música, como se fosse uma boate no Brasil, mas não cobram simplesmente por a gente entrar. Assim, é costume na Espanha as pessoas saírem andando de bar em bar, tomando pelo menos uma bebidinha em cada um deles. Primeiro que é tudo muito próximo e tudo se faz andando. Segundo que não precisamos pagar toda vez que colocamos os pés num lugar diferente. Fomos para uma espécie de “bairro nobre” de Valladolid, chamado Parquesol. Lá conhecemos dois bares temáticos. O primeiro, chamado La Estación, imitava uma antiga ferroviária, com suas lojinhas peculiares, “kioscos” de venda de revistas e cigarros e cafés. Percebíamos que a decoração temática se via em cada detalhe do bar (as ambientadores de festas de Recife iriam amar!). O segundo, chamado Bantú, era uma espécie de tribo africana, com imitações de árvores no meio do bar, mesas e cadeiras rústicas, figuras e máscaras típicas. O engraçado é que se via, mesmo por volta das dez, onze horas da noite, pais com filhos pequenos dentro desses bares. O pessoal daqui não deixa mesmo de sair por que tem criança em casa! Resolvemos então descer para o centrão, onde fica a maioria dos bares da cidade. Entramos num bar chamado Bqu (beleza é a pronúncia disso ai... “bêcú” =P). Decoração perfeita também, mas fazia mais o estilinho do Musique de Recife. Ah! Outra coisa... Imaginem pessoas de 30, 40 anos (talvez até 50!) num bar estilo Musique, tocando música de boate, conversando e bebendo animadamente. Era esse o Bqu. Pra mim, muito estranho. Pelo menos em Recife não se vê pessoas dessa idade num bar de “playboyzinhos” que toca música dance. Não sei eram solteirões de meia idade ou somente pessoas (namorados, noivos, casados) se divertindo à noite. Sim! E tinham noivos também! Acho que casaram-se e mandaram o povo todo do casório ao Bqu pra fazer uma espécie de “recepção”! Bom... Economizaram com o buffet pelo menos! hehehehe. O próximo foi o Mangú. Já voltamos ao nível erasmus, mas como era sábado, os espanhóis tinham lotado o lugar. As caras já eram bem diferentes, um pessoal mais novo, os típicos jovens espanhóis (com seus cabelos e roupas muuuuuito na moda! =P) e alguns estrangeiros também. Como aqui quase não tem posto de gasolina, não tem também os Selects e AmPm da vida. Encontramos uma lanchonete antes do próximo bar pra dar uma acalmada na fome da madrugada. Lanche típico espanhol: baguete com alguma coisa (variando de frango, caranguejo, porco, camarão, etc) e muita maionese. Barriguinha cheia, seguimos para o Coma (em espanhol significa “vírgula”! Criativo, né? =P). Esse era estilo Nox, por que até as luzes do lugar mudavam de cor! hehehehe. Mesmo tipo de música e o público uma mistura de jovens e mais velhos. Já era perto das cinco da matina e eu já tinha cumprido minha cota de bares por uma noite. Foi bem interessante participar um pouco desse costume espanhol, conhecer lugares diferentes, ver pessoas diferentes... Sem contar que praticávamos o tempo todo o espanhol com nosso amigo. Sempre muito “querido” (como diz minha amiga Gabi), o espanhol-brasileiro procurava sempre ensinar algo novo pra gente, corrigir o que era dito errado e, em contrapartida, fazíamos isso com ele. É claro que brasileiro não vale nem um ponto no bomclube então ensinamos um monte de coisa que não presta pra ele! hehehehe. Basta dizer que ele saiu desse passeio com umas três cantadas na ponta da língua pra arrasar com a mulherada quando chegar no Brasil! =)
É por essas e outras que adoro esse clima de intercâmbio e estou cada vez mais certa que vou aproveitar muito o tempo que ficarei fora do Brasil, mas valorizarei cada vez mais o meu país.

Bom começo de semana pra vocês!

Bjoooo

2 comentários:

  1. A última frase é perfeita:
    "É por essas e outras que adoro esse clima de intercâmbio e estou cada vez mais certa que vou aproveitar muito o tempo que ficarei fora do Brasil, mas valorizarei cada vez mais o meu país."

    Beijão nega, boa semana!

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  2. aproveita mesmo e não tome uma cerveja chamada Estrella Galícia! Me trouxeram uma lata daí uma vez, eu todo empolgado pra provar...parece mijo engarrafado! hehehhehehee

    :***

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